A Adulação na Amizade
Pois que é próprio da verdadeira amizade dar e receber conselhos, dá-los com franqueza e sem azedume, recebê-los com paciência e sem repugnância, persuadamo-nos bem de que não ha defeito maior na amizade que a lisonja, a adulação, as baixas complacências. Com efeito, não se poderia dar bastantes nomes ao vício desses homens frívolos e enganadores, que falam sempre para agradar, e jamais para dizer a verdade.
A dissimulação é funesta em todas as coisas (pois corrompe e altera em nós o sentimento da verdade) mas é, sobretudo, contrária à amizade. Destrói a sinceridade, sem a qual não subsiste mesmo o próprio nome da amizade. Se a força da amizade consiste em fazer de várias almas uma só, como seria assim, se em cada homem a alma não é a mesma, não é constante, mas variável, mutável, tomando mil formas? De facto, que há de mais mutável, de mais versátil que a alma daquele que se transforma não apenas segundo o sentimento e a vontade dum outro, mas a um pequeno sinal deste, a um mínimo gesto seu? «Ele diz não? Eu digo não; ele diz sim? eu digo sim: numa palavra, eu me impus a obrigação de tudo aplaudir», como disse Terêncio, sobre a máscara de Gnathon. Seria inconcebível leviandade ter relações com gente desta espécie.
Mas encontram-se muito Gnatons mais possantes pela linha, pela fortuna e pelo crédito; e tanto mais perigosos são estes lisonjeadores, pois a sua autoridade faz pesar as suas lisonjas mentirosas. Entretanto, com atenção, pode-se distinguir o verdadeiro amigo do lisonjeador, tão facilmente quanto se distinguem as coisas fantasiadas e artificiais das que são naturais e verdadeiras. Uma assembléia pública, composta de multidão ignorante, sabe reconhecer a diferença que existe entre o homem frívolo, adulador do povo, e o homem grave, constante, severo.
Marcus Cícero, in 'Diálogo sobre a Amizade'
Fonte:Citador
Com os Costumes andam os Aforismos
Com os costumes andam os aforismos. Assim, eis que eles tomam um carácter mais criticador e vibrante, isto na linguagem de Karl Kraus, homem sagaz e ventríloquo de certas causas que a sociedade não confia à voz pública.
Ele diz, por exemplo: «As mulheres, no Oriente, têm maior liberdade. Podem ser amadas». Ou então: «A vida de família é um ataque à vida privada». Ou ainda: «A democracia divide os homens em trabalhadores e preguiçosos. Não está destinada para aqueles que não têm tempo para trabalhar». Tudo isto, como axioma, lembra Bernard Shaw, esse inglês azedo e endiabrado cujo Manual do Revolucionário fez o encanto da nossa adolescência.
Todavia, o aforimo do homem de letras, se impressiona, quase nunca comove ninguém. O autêntico aforismo não é uma arte - é uma espécie de pastorícia cultural. Não está destinado a divertir nem a chocar as pessoas, mas, acima de tudo, propõe-se transmitir uma orientação. É uma lição, e não o pretexto para uma pirueta.
Os aforismos e paradoxos de Karl Kraus têm esse sabor irreverente que se diferencia da sabedoria, porque há algo de precipitado na sua confissão. Precisam de ser situados num estado de espírito, para serem aceites e compreendidos; enquanto que os verdadeiros aforismos quadram sempre à natureza das coisas e das pessoas, qualquer que seja a era em que se pronunciam e a civilização em que se repercutem.
(...) O aforismo deve ser a última colheita do uso da vida, e não uma impertinência ou uma afronta. Mas acontece que um coração novo encontra na rebelião uma força que se assemelha à sabedoria e que provém do desprendimento das coisas que ele não amou ainda; enquanto que aquele que muito conheceu o mundo, uma vez liberto, encontra-se, além de desamarrado das suas paixões, menos apressado no julgamento. O sábio é o homem que amou tanto a casa em festa como a casa em luto, e o fim e o princípio de todas as coisas. No momento da reflexão, ele pensa que o melhor da terra é não sabermos o futuro que nos está destinado; e, no dia alegre, goza de alegria. Esta condição da alegria não produzirá nunca o falso aforismo, que é apenas um excitante e um divertimento. Goza de alegria o que não encontra no mundo atractivo maior do que a virtude desconhecida.
Assim, lendo os aforismos de Karl Kraus, tomei-os como impróprios dum espírito profundo e sabedor. Como acontece decerto a muita gente inclinada à observação, ele conhece no seu íntimo aquele aforismo magistral: «Mais vale a sabedoria do que a força; mas a sabedoria do pobre é desprezada e as suas palavras não são escutadas». Esse sentimento de indigência que se apodera do indivíduo que pensa com justiça no meio duma turba indiferente, é o que prevalece no repentista dos aforismos. Ele sabe que um improviso veemente e a pedra de escândalo atirada com habilidade podem tirá-lo da sombra e levá-lo a abrir os ouvidos fechados. É por isso que os momentos de maior convulsão da história aparecem prodigiosamente povoados de oradores e de pensadores. Eles são os sábios pobres, aquele que em época discreta e burocrática não chegariam a pronunciar uma só palavra ou não seriam escutados.
Agustina Bessa-Luís, in 'Alegria do Mundo'
Fonte:Citador
Existem pessoas em nossas vidas
que nos deixam felizes pelo simples fato
de terem cruzado o nosso caminho.
Algumas percorrem ao nosso lado,
vendo muitas luas passarem,
mas outras apenas vemos entre um passo e outro.
A todas elas chamamos de amigo.
Há muitos tipos de amigos.
Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.
O primeiro que nasce do broto
é o amigo pai e o amigo mãe.
Mostram o que é ter vida.
Depois vem o amigo irmão,
com quem dividimos o nosso espaço
para que ele floresça como nós.
Passamos a conhecer toda a família,
a qual respeitamos e desejamos o bem.
Mas o destino nos apresenta outros amigos,
os quais não sabíamos que
iam cruzar o nosso caminho.
Muitos desses são designados
amigos do peito, do coração.
São sinceros, são verdadeiros.
Sabem quando não estamos bem,
sabem o que nos faz feliz...
Às vezes, um desses amigos do peito
estala o nosso coração e então
é chamado de amigo namorado.
Esse dá brilho aos nossos olhos,
música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.
Mas também há aqueles amigos por um tempo,
talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora.
Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face,
durante o tempo que estamos por perto.
Falando em perto,
não podemos nos esquecer dos amigos distantes,
que ficam nas pontas dos galhos,
mas que quando o vento sopra,
aparecem novamente entre uma folha e outra.
O tempo passa, o verão se vai,
o outono se aproxima,
e perdemos algumas de nossas folhas.
Algumas nascem num outro verão
e outras permanecem por muitas estações.
Mas o que nos deixa mais feliz
é que as que caíram continuam por perto,
continuam aumentando a nossa raiz com alegria.
Lembranças de momentos maravilhosos
enquanto cruzavam o nosso caminho.
Desejo à você, folha da minha árvore,
Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...
Hoje e Sempre...
Simplesmente porque:
Cada pessoa que passa em nossa vida é única.
Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.
Há os que levaram muito,
mas não há os que não deixaram nada.
Esta é a maior responsabilidade de nossa vida
e a prova evidente de que
duas almas não se encontram por acaso.
Autoria Desconhecida
Hoje em meio aos pensamentos Me peguei lembrando de simples momentos... Momentos que se tornaram a fórmula da minha vida. Momentos que hoje são as marcas Deixadas pelo tempo no meu coração. Muitos sonhos já vivi, Muitas noites já chorei, Muitas dores eu senti, Mas daqueles simples momentos Não me esqueci... Saudade desses momentos Em que suas palavras me confortavam Seus conselhos me encorajavam. O seu sorriso era um detalhe Daquele sentimento... Hoje não posso mais ouvir suas palavras, Nem me encorajar mais com seus conselhos E nem sentir mais a sinceridade de seu sorriso... Só as estrelas podem te ouvir E sentir a presença da paz que existe em você... Quando olho para o céu E vejo lindas estrelas, Acredito que seja você rodeado por elas Contando as maravilhas dos Simples Momentos de nossa Fiel Amizade.
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BOM DIA.....
Amado amigo, que eu tenha consciência de que os olhos são os emissários do espírito; de que a audição é o vestíbulo de todas as influências; de que minha boca é a fronteira entre a sensatez e a invigilância e o meu comportanto, em todas as oportunidades, é deflagrador de todas as respostas... |
dia de sol brilhante!
SOMOS OPRIMIDOS EM TUDO...
MAS NÃO ESMAGADOS....
FICAMOS EM DUVIDA...
MAS NÃO DESESEPRADOS....
SOMOS PERSEGUIDOS...
MAS NÃO ALCANÇADOS
DERRUBADOS...
MAS NÃO DESTRUÍDOS...
CHARLES CHAPLIN
Existem coisas pequenas e grandes, coisas que levaremos para o resto de nossas vidas.
Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas - depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou.
Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência em algum instante.
Provavelmente iremos pela vida afora colecionando essas coisas, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante, cada momento que interferiu nos nossos dias, que deixou marcas, cada instante que foi cravado no nosso peito como uma tatuagem.
Marcas. Isso... serão marcas, umas mais profundas, outras superficiais, porém com algum significado também.
Serão detalhes que guardaremos dentro de nós e que se contarmos para terceiros talvez não tenha a menor importância, pois só nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los.
Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um e-mail, uma viagem, uma frase que alguém tenha nos dito num momento certo.
Poderá ser um raiar de sol, um buquê de flores que se recebeu, um cartão de natal, uma palavra amiga num momento preciso.
Talvez venha a ser um sentimento que foi abandonado, uma decepção, a perda de alguém querido, um certo encontro casual, um desencontro proposital.
Quem sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado após muita luta, um que deixou de existir por puro fracasso.
Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo.
Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas dentro de nós.
Umas porque nos dedicaram um carinho enorme, outras porque foram o objeto do nosso amor, ainda outras por terem nos magoado profundamente, quem sabe haverá algumas que deixarão marcas profundas por terem sido tão rápidas em nossas vidas e terem conseguido ainda assim plantar dentro de nós tanta coisa boa.
Lá na frente é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que tivemos, a quantidade de marcas que conseguimos carregar conosco e a riqueza que cada uma delas guardou dentro de si.
Bem lá na frente é que poderemos avaliar do que exatamente foi feita a nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou tristezas, se de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou realidades.
Pensem sempre que hoje é só o começo de tudo, que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas de certa forma ainda está em nossas mãos.
(Silvana Duboc)
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