Mais do que nunca, a humanidade está numa encruzilhada. Um caminho leva-nos à desesperança, o outro à destruição total. Rezo para que tenhamos o bom senso de escolher o caminho certo.
Woody Allen
Segunda-feira, 24 de Dezembro de 2007
Bocage
Aquela que na esfera luminosa,
Precedendo a manhã,qual astro brilha,
Mãe dos Amores,das espumas filha,
Que o mar na concha azul passeia airosa:
Apenas viu sorrir Nise formosa,
A quem dos corações o Deus se humilha,
Do cinto desatando a áurea presilha,
No regaço lho pôs,leda e mimosa:
«Não te é,bem sei»(lhe diz),«não te é preciso;
Para atrair vontades à ternura
Basta-te um gesto,basta-te um sorrizo:
«Mas deves possuí-lo,ó ninfa pura,
Como troféu,que dê ao mundo aviso
De que Vénus te cede em formosura.»
-BOCAGE-
Sexta-feira, 16 de Novembro de 2007
bocage
Desprega as asas,tímida Esperança,
Minha consolação não desanimes:
Adeja,voa;os cultos não são crimes,
Nem Jove a quem o adora os raios lança
Com ais de um coração que não descança,
Terno,benigno dó vai ver se imprimes
Na formosa Ursulina,ou se reprimes
Ténue porção de ríspida esquivança.
Chorosas preces,trémulo respeito,
Exercita com ela,e tu,mimoso
Cândido amor,que escravo me tens feito,
Para adoçar-lhe o génio desdenhoso
Deixa-lhe os olhos,salta-lhe no peito,
Ñão perdes nada,e fazes-me ditoso.
sinto-me:
Quinta-feira, 15 de Novembro de 2007
"Bocage"
Nascemos para amar: a Humanidade
Vai tarde ou cedo aos laços da ternura;
Tu és doce atractivo, ó Formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade.
Enleia-se por gosto a liberdade
E depois que a paixão n'alma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade.
Qual se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre,
Com esperanças mil na ideia acesas.
Amor ou desfalece, ou pára, ou corre,
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre
sinto-me: